quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Estes Textos foram retirados da Sessão "Monitor da Imprensa" do site Obseravatório da Imprensa.

O faturamento e a moral

Há no mínimo duas décadas os nova-iorquinos acompanham a publicação de propagandas nas últimas páginas na revista New York, divididas em categorias como "Viagem", "Barcos", "Entretenimento", "Fantasias" e "Massagens", entre outras. Um típico anúncio na seção "Fantasias" poderia ser: "Modelos orientais. Ligações externas apenas". Ou "enfermeira particular sensual". Ou "método clássico e romântico de relaxamento. Ligações internas e externas".
Para Alex Kuczynski [The New York Times, 12/3/01], é claro que revistas locais devem atender a seu público-alvo, e os anúncios na grande imprensa tornaram-se tão aceitos quanto anúncios de serviços públicos, comuns até em táxis. O Village Voice, por exemplo, publica diversas páginas de anúncios do gênero – cerca de 5% do jornal. De sua parte, o New York Observer imprime duas páginas por semana desses anúncios.
No entanto, nada disso é notícia. A prática é antiga, e não ocorre só nos EUA. A novidade é que a Primedia, dona da New York e recém-fundida com o website About.com, prometeu vender ou vetar todos os sítios que contenham conteúdo de sexo explícito. Ora, se esses sítios são inaceitáveis, por que, em tempos de preocupação com Aids e outras DSTs, é aceitável a publicação de anúncios como o da primeira semana de março da New York, "Sue & amiga: centro da cidade, caras, mas vale a pena"?
Thomas S. Rogers, executivo-chefe da Primedia e autor da decisão de evitar sítios pornográficos, foi citado no New York Post, no mês passado, por afirmar que a empresa, por ser muito direcionada ao público jovem, deveria fugir de conteúdo sexual. Mas não mencionou a revista New York. Suzanne Gibbons-Neff, porta-voz da About.com, respondeu em seu lugar, dizendo que a New York é uma revista adulta. "Se você aplicar seus padrões a todas as revistas do mercado terá que manter crianças longe de todas elas", disse.
Arthur Carter, publisher e proprietário da New York Observer, assim como muitos outros "homens da mídia", alega que aceita tais anúncios porque Nova York e sexo andam juntos como pão e manteiga. "Esses anúncios são um componente da vida real da cidade", diz. "Odeio a idéia de esterilizar o jornal e remover o que realmente é um pedaço da cidade."


Revista New York suspende anúncios eróticos

em 13/11/2007

A revista New York concordou em não mais aceitar anúncios eróticos depois que a filial de Nova York da Organização Nacional pelas Mulheres (NOW, sigla em inglês) ameaçou fazer protestos em frente ao prédio da publicação. O grupo feminista acusou a New York de ser um "braço de marketing do crime organizado de prostituição e tráfico humano", por causa dos classificados nas últimas páginas da revista com frases como "Asiáticas Selvagens" e "Asiáticas dos sonhos".
Sonia Ossorio, presidente da NOW de NY, disse que ficou "encantada" com a decisão da revista. A organização também pediu a outras publicações locais para não mais publicar anúncios do tipo e afirmou que já entrou em acordo com outras 14 revistas, incluindo a Time Out New York e a New York Press.
A porta-voz da New York, Serena Torrey, confirmou a decisão, mas não quis revelar se a medida foi tomada devido às pressões do grupo feminista. "A revista está prosperando e chegou a hora de nos livrarmos de anúncios com os quais nunca nos sentimos confortáveis", afirmou. Informações de Adam Goldman [AP, 7/11/07].

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